PESQUISAS
CARTOGRAFIAS INTENSIVAS EM EDUCAÇÃO:
OUTROS MODOS DE FAZER PARA OUTRAS GEOGRAFIAS
2021 - atual
Descrição: Este projeto segue os rastros dos resultados alcançados no projeto de pesquisa anterior intitulado O que pode a cartografia e a geografia? Investigações e invenções em educação ora finalizado. A pesquisa em pauta busca explorar os diferentes usos e sentidos da noção de cartografia na geografia e na educação ao longo do percurso de trabalho desta professora na UDESC (da graduação até a pós-graduação) e nos trabalhos de uma Rede Internacional de Pesquisa. Aqui a cartografia não se reduz a um modo de fazer que gera o mapa representacional de uso na geografia. Com base nos autores da filosofia da diferença (DELEUZE; GUATTARI, 1994) ela pode ser entendida como a expressão (em outros mapas) das relações que constituem uma topografia das forças invisíveis que compõem os territórios. Pergunta-se sobre as forças invisíveis que compõem territórios geográficos e territórios de pesquisa e sua impossibilidade de expressão nos mapas representacionais. Não estaria aí uma potência da cartografia como possibilidade para apresentar outras camadas que constituem esses territórios e gerar outros mapas? A aposta da pesquisa passa pela exploração das camadas de invisível que recobrem todo é qualquer território. O projeto tem por objetivo geral estudar o conjunto de estratégias educacionais que tem como base a noção de cartografias intensivas em educação, noção desenvolvida em minha tese de doutorado. Propõe-se, portanto, uma revisão de algumas produções sob minha orientação na Udesc e de trabalhos em outras universidades brasileiras, uma universidade da Colômbia e outra da Argentina todos interligados a Rede de Pesquisas Imagens, Geografias e Educação. A sistematização dos dados produzidos na presente pesquisa terá sua composição num material intitulado Atlas, tomado como conjunto de mapas voltado a produção de processos educacionais no campo da formação de professores e de pesquisadores. A intenção será de produzir um mapa das forças que atuam nos grupos que compõem a Rede, bem como das forças produzidas por esses mesmos grupos. Ou, ainda, mapear as influências recebidas por esses grupos, e o impacto de sua atuação nas redes das quais participa e na formação de educadoras e educadores em geografia. Esse modo de fazer dirige-se, na presente proposta, à geografia e à educação, ao tocar os limites de ambas, sinalizando que há mais e há outras coisas a serem pensadas numa e noutra. Há uma dimensão crítica nessa maneira de fazer, uma crítica que não recusa a geografia nem a educação e que, sobretudo, recusa o lugar confortável da crítica interessada em rebaixar, apontar as falhas, exigir outra atitude, outra política, outro modo de ação. A crítica que defendemos está ligada a uma analítica das forças, dos dispositivos, se interessa pelas potências do que aí está e busca meios para a atualização dessas potências. Nesse fazer, tanto uma quanto a outra expandem suas possibilidades no mundo: a geografia que deriva daí libera um tanto de matéria que não estava dada e a educação libera sua perspectiva de autoeducação e seu tanto que não estava dado. Por isso, modos de fazer diferenciado podem explicitar um território outro em educação e uma geografia outra a que chamamos de intensiva..
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
Coordenadora: Profa. Dra. Ana Maria Hoepers Preve
Integrantes: Adriana Guardiola Lunardi, Caroline Castro de Mello, Danilo Stank Ribeiro, Igor da Silveira Berned, Juliana Roemers Moacyr, Larissa Marchesan, Livia de Souza Selhane e Luiz Guilherme Augsburger.
A RACIONALIDADE PEDAGÓGICA NAS PÁGINAS DA NATIONAL GEOGRAPHIC: SOBRE UM ARQUIVO DE IMAGENS NA CONSTITUIÇÃO DE UM BRASIL
2021 - atual
O projeto tem como objetivo central investigar a racionalidade pedagógica nas imagens da National Geographic por meio da análise de fotografias, discursos e narrativas, e como esta difunde e sedimenta determinada cultura visual sobre o Brasil. Partimos do pressuposto que a crescente produção de imagens no mundo contemporâneo, e a amplitude alcançada pela circulação destas em diferentes veículos de divulgação, tem colaborado cada vez mais na pedagogização de nossas noções de mundo e na formação de imaginações geográficas sobre espaços e culturas. Ancorados na teorização foucaultiana e nos insumos teóricos de Nicholas Mirzoeff em torno da cultural visual, nossa proposta consiste em explorar 1) o papel educativo das imagens por meio da análise de discursos e narrativas sobre os quais as representações constroem imaginações geográficas; 2) os registros visuais postos em circulação pela National Geographic Virtual Library; e 3) as estratégias de fixar significados às representações e as relações de poder imbuídas entre as imagens e seu contexto. Para tanto, o exercício proposto é arquivizar um conjunto de registros visuais presentes na National Geographic, entre 1888 e 2010, dentre eles as fotografias, os mapas, os discursos e narrativas, as imagens publicitárias etc., para então proceder à sistematização e análise dos dados. Por meio dessa pesquisa, pretende-se colocar em causa a arqueogenealogia da racionalidade pedagógica em espaços além dos escolares, ou seja, o que pretendemos é explorar as estratégias e racionalidades pedagógicas de produção espacial e, em suma, as lógicas, procedimentos, objetivos e economias de poder circunscritos às imagens e seu contexto.
Coordenação: Ana Paula Nunes Chaves
Integrantes: Profa. Dra. Veronica Hollman, Jonatas Sgarzi Coimbra Silva e Maria Flávia Barbosa Xavier.
O PODER DAS IMAGENS E SUAS GEOGRAFIAS:
UMA ANÁLISE DA PEDAGOGIZAÇÃO VISUAL EM DISCURSOS E NARRATIVAS SOBRE O ESPAÇO
2019 - atual
A confluência da crescente produção de imagens no mundo contemporâneo e da amplitude alcançada pela circulação destas em diferentes veículos de divulgação tem colaborado cada vez mais na formação de imaginários espaciais. Consideramos que a função da imagem extrapola as singelas ações de informar e ilustrar determinada paisagem, as imagens nos educam e produzem em nós conhecimento sobre o mundo. A partir dos jogos cruzados em torno da cultural visual nossa proposta consiste em explorar 1) o papel educativo das imagens por meio da análise de discursos e narrativas sobre os quais as representações constroem imaginários geográficos; 2) os registros visuais postos em circulação e o conjunto de imagens que exploram as identidades sociais na paisagem; e 3) as estratégias de fixar significados às representações e as relações de poder imbuídas entre as imagens e seu contexto. Para tanto, o exercício proposto é cartografar um conjunto de registros visuais, dentre eles as fotografias, os mapas, as obras pictóricas, as imagens publicitárias, as histórias em quadrinho etc., derivados de fontes documentais e referências bibliográficas em arquivos de diferentes naturezas como revistas e jornais impressos, livros didáticos e cinema. Por meio dessas fontes, o que se pretende colocar em causa é a arqueogenealogia da racionalidade pedagógica em espaços além dos escolares, ou seja, o que pretendemos é explorar as estratégias pedagógicas de produção espacial e, em suma, as lógicas, procedimentos, objetivos e economias de poder circunscritos às imagens.
Coordenadora: Profa. Dra. Ana Paula Nunes Chaves
Integrantes: Camila Benatti Policastro, Profa. Dra. Veronica Hollman, Gabrielle Machado Marques, Leonardo Martins Bandeira, Ana Flávia Pereira, Ian Monteiro de Assis, Willian Sartor Preve, Steale Cristina Corrêa, Vanessa Cristina de Sousa, Marina Coelho Rosa e Silva Bruna Loeser, Silvia de Amorim e Mario André Corrêa de Faria.
EXERCÍCIOS DE ATENÇÃO E INSURGÊNCIAS NA FORMAÇÃO DOCENTE
2020 - atual
Esta é uma pesquisa em educação que busca abandonar o conforto das práticas consolidadas nos/dos cursos de formação de professores e professoras e propor a preparação e composição de “exercícios de atenção”. Partindo do conceito de “tempo livre” (Masschelein; Simons, 2014) que transforma o conhecimento e as habilidades em “bens comuns”, avizinham-se arte, educação e formação de professores e professoras provocando movências aos “processos de subjetivação” docente (Deleuze; Guattari, 1995; Rolnik, 2006). O estudo dos processos artísticos e dos objetos utilizados na arte é tomado como possibilidade de uma “dessacralização pedagógica” (Veiga-Neto, 2008) dos imperativos da formação docente. Como é possível organizar o “tempo livre” na preparação de professoras e professores diante do que parece estar assentado na formação docente? Ao selecionar e investigar obras de arte contemporâneas e os “processos de criação” artísticos (Salles, 2006) cria-se uma postura inventiva sobre os modos de experimentar e ressignificar a formação docente em diálogos com arte. As perspectivas metodológicas pós-críticas em educação e cartografia como método, orientam os processos da pesquisa e os instrumentos de produção de dados. Deste encontro entre arte contemporânea e educação pretende-se a invenção de práticas e gramáticas insurgentes na educação embrenhados pelos processos de subjetivação docente. Chacoalhar linhas que demarcam as áreas de conhecimento e fixam as ações docentes em situações escolarizantes. Os artefatos que forem escolhidos e as produções derivadas desses encontros incitam o deslizamento das práticas consolidadas, buscando compor poéticas educativas. Nesse sentido, os rearranjos propostos apostam nas potências dos encontros entre educação e arte como exercícios de atenção ao mundo e de “responsabilidade pedagógica” (Kohan, 2017) sobre os modos de ser e aprender na docência.
Coordenação: Karina Rousseng Dal Pont